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Viaje com a gente por Ine, a 'Veneza Japonesa'


 

Ine é um vilarejo de pouco mais de 2000 habitantes na Península de Tango, a cerca de 130 km da cidade de Kyoto. A região da península é cheia de locais turísticos conhecidos pelos japoneses. Amanohashidate, na cidade de Miyazu, é o mais famoso deles. O local é agraciado por uma estreita faixa de areia que divide as águas do Mar do Japão entre a Baía de Miyazu e a Laguna de Asoumi.

A paisagem é tão exótica que seu nome em japonês se refere a uma ponte mitológica que, um dia, teria caído do céu. Paisagem de beleza incontestável, Amanohashidate é visitada por inúmeros turistas ao longo do ano. O local também é base para os poucos intrépidos que decidem se arriscar a ir um pouco mais longe, ao vilarejo de Ine.

Num primeiro olhar, a vila não se difere em nada de outras localidades pesqueiras do Japão. As casas de madeira dominam a paisagem, se apertando nas ruas estreitas que abrigam em suas bordas, aqui e ali, pequeninos santuários, quase altares. Mas basta um olhar mais atento no pequeno porto da localidade para entender porque Ine se tornou febre nas redes sociais há algum tempo: a pequena enseada está repleta de casinhas de ‘bocas abertas’ para as águas verde-musgo do mar.

São os funaya, construções retangulares de dois pavimentos em madeira com duas entradas: uma para a rua e outra para o mar. O pavimento inferior é usado como garagem para o barco, numa e para o carro. O espaço também serve ao trabalho, com ferramentas para a pesca e manutenção dos veículos, além de varais para secar peixes. Já no piso superior ficam os espaços privados da família.

As casas começaram a ganhar essa forma com a construção de estradas para conectar a vila a outras localidades. Isso foi em meados do Período Meiji (1868-1912). Os moradores queriam garantir o acesso à modernidade da estrada, sem perder a saída rápida para o mar. Isso resultou numa arquitetura que é única da região. Atualmente, são 238 construções do tipo que, desde o ano 2000, são tombadas como patrimônio cultural pelo governo japonês.