top of page

Um Rolê Artístico em Roppongi


Roppongi (lê-se com o 'r' brando, como na palavra 'caro') é um dos bairros preferidos pelos estrangeiros que vivem em Tóquio. Lá ficam muitos clubes noturnos frequentados principalmente por americanos que ensinam inglês ou servem nas bases militares implantadas nos arredores da megalópole. O bairro é o cenário do livro-reportagem 'Devoradores de Sombra', um thriller policial do jornalista Richard Lloyd Parry lançado no Brasil em 2015.

Quem lê o livro encontra um bairro cheio de bares e casas que oferecem serviços de hostess (acompanhante), dança erótica e tocam hip-hop chiclete. Como o público das casas é majoritariamente masculino, muitas jovens japonesas e estrangeiras se aventuram pelas baladas locais para conhecer gente nova, se divertir e trabalhar nos clubes e bares. Completam a paisagem noturna do local os doormen africanos que insistentemente, convidam qualquer um com cara de gringo para conhecer as boates, que nem sempre tratam os clientes com honestidade.

Mas Roppongi tem uma outra cara que pouca gente de fora conhece. O bairro também 'acontece' de dia e sua vida diurna gira em torno de dois pilares: shoppings centers de alto luxo e instituições de arte que dividem, sem conflitos, espaços no verticalizado bairro.

Santíssima Trindade da Arte Três instituições de reputação internacional agitam o circuito da arte no bairro: o Mori Art Museum, o Suntory Museum of Art e o The National Art Center, Tokyo. As duas primeiras são diretamente conectadas com espaços comerciais relativamente jovens e de arquitetura refinadíssima, o Roppongi Hills e o Tokyo Midtown, respectivamente. Cada uma das instituições tem características próprias, com acervos e curadorias bem definidas, o que acaba tornando pontos complementares. Por isso, os três museus criaram o Art Triangle Roppongi (ATRo), uma espécie de acordo de promoção da arte no bairro. O ATRo publica duas vezes por ano o 'Art Triangle Roppongi Map', um mapa em inglês e japonês com informações sobre as exposições correntes nas três instituições e a localização das inúmeras galerias de arte do bairro. A publicação é oferecida gratuitamente em várias localidades do local. O ATRo, ainda, criou um sistema de desconto para quem visita os três museus.

Arte contemporânea em foco

Andy Warhol, Takashi Murakami, Lee Bul, Ai Weiwei são nomes de peso da arte contemporânea internacional e uma coisa que eles têm em comum é que todos tiveram suas obras em retrospectivas impecáveis no Mori Art Museum. Além das individuais, o museu também abre suas galerias para coletivas temáticas de excelente qualidade.

Além disso, o Mori Art Museum tem programas paralelos para todos os gostos, com exibições de filmes e debates complementares à exposição em cartaz e, ainda, o programa MAM Project que reserva uma sala no final do espaço de exposições para algum artista emergente.

No prédio do museu fica, ainda, o Tokyo City Observatory, um dos observatórios mais visitados por turistas no Japão. Como Roppongi é localizado numa área cercada de urbanidade por todos os lados, a vista do local é impressionante, em especial à noite.

Tanto o museu quanto o observatório ficam na Mori Tower, o maior prédio do Roppongi Hills, um complexo que abriga escritórios, restaurantes, cinemas, lojas, um hotel e a sede de uma das maiores redes de TV do Japão, a Asahi. A arte