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Sete Coisas que Você Precisa Saber sobre os Veados de Nara


Nara fica na região central do Japão e é uma das cidades mais procuradas por turistas em visita ao país. Foi capital do Japão entre os anos de 710 e 794. Pouco mais de 8 décadas que deixaram marcas profundas no Japão. Em Nara, o budismo ganhou a força que faltava para se espalhar e se consolidar no país. Como símbolo desse poder, ficou o belíssimo templo Todai-ji e o parque que o cerca.

Também o xintoísmo, a religião originária do Japão, tem em Nara uma grande referência, o Santuário Kasuga. E é com ele que tem início a história dos veados que hoje passeiam livres entre os milhares de turistas que visitam a cidade. O TABIJI reuniu sete coisas que você não pode deixar de saber sobre os cervos que encantam (e muitas vezes assustam) os visitantes de Nara.

1. Eles são numerosos...

Considerados Tesouro Nacional pelo governo do Japão, existem atualmente por volta de 1200 cervos em todo o Parque de Nara. Há mais de mil e trezentos anos que esses animais vêm sendo protegidos por leis e decretos de diversas naturezas. Um exemplo: matar um dos veados de Nara era crime punível com a morte até 1637, a última data registrada de uma aplicação desta lei.

Cerca de 1200 veados vivem no Parque de Nara e seus arredores. foto: Roberto Maxwell

2. ...mas quase desapareceram (por duas vezes!)

Mesmo tendo uma população grande nos dias de hoje, os cervos da região quase foram extintos por duas vezes. Durante a Restauração Meiji (1868-1912), houve forte oposição à preservação dos animais no local. Com isso, rebanho sofreu drástica diminuição chegando a ter apenas 38 cabeças em 1873. Já em 1946, um ano após o final da Segunda Guerra Mundial, os número de animais chegou a 76

por causa da caça ilegal. As pessoas estavam se alimentando dos cervos do parque para evitar a fome causada pela Guerra do Pacífico.

3. São considerados sagrados

As montanhas de Nara são o habitat natural do animal. Segundo uma lenda local, o Santuário Kasuga foi fundado na região no ano de 768, após a visita de uma divindade chamada Takemikazuchi. O deus foi visto cavalgando um cervo branco no Monte Wakakusa, que fica ao leste do parque. À partir desta aparição, os veados passaram a ser vistos como mensageiros dos deuses e, portanto, considerados sagrados.

O Kasuga Taisha tem sua história intimamente ligada aos cervos. foto: Roberto Maxwell

4. Os biscoitos são apenas lanchinhos

Logo na chegada ao parque, é possível ver os turistas interagindo com os veados e oferecendo a eles bolachas redondas. Apesar do apetite voraz dos bichos, os biscoitinhos são apenas um lanche. Os cervos se alimentam de grama e nozes do tipo bolota, além de ervas daninhas, encontradas facilmente no parque. E caso você esteja preocupado com a dieta dos bichos, fique sossegado. As bolachas são feitas de de farelo de arroz e farinha de trigo, tudo sem açúcar ou conservantes. Aliás, a tradição de oferecer merenda aos bichinhos em é antiga na cidade. Começou no Período Edo (1603-1868), por volta do ano de 1670.

Pensou em adicionar as iguarias à sua dieta? A priori, não há restrições ao consumo das bolachas pelos seres humanos. Acontece que comê-las tampouco é recomendável porque não existe um prazo definido de validade para os biscoitos. Ou seja, não se sabe se até quanto tempo após a fabricação um ser humano pode consumi-los. Além disso, quem já provou garante que as bolachas não são lá muito gostosas.

5. Dóceis porém selvagens

Os veados do Parque de Nara não costumam ser agressivos mas não deixam de ser animais selvagens. Aliás, o número de visitantes mordidos no parque tem aumentado. Por isso, as autoridades locais iniciaram uma campanha através de placas ensinando os turistas a “a usar língua de sinais dos veados”.

Em primeiro lugar, o visitante deve ser cortês com os bichinhos, entregando os biscoitos sem muita enrolação. Assim, evita-se que o animal fique irritado. Quando os biscoitos acabarem, mostrar as mãos vazias para os veados. Também, evitar guardar bolachas nos bolsos e bolsas. Pelo cheiro, os animais sabem que tem comida e costumam ir atrás de quem está moitando o rango. Outra dica é não deixar as crianças sozinhas com os animais. Estar sempre por perto e orientar os pequenos é uma forma de evitar acidentes. E, por fim, evitar dar aos bichos outros alimentos.

Os veados de Nara passeiam livremente entre os transeuntes. foto: Roberto Maxwell

6. Machos e fêmeas têm suas “fases”

Como nós seres humanos, que temos ciclos, machos e fêmeas veados também têm suas fases. Na época entre maio e julho, lidar com as fêmeas exige cuidado e paciência. É a fase perinatal e as mamães fazem tudo para proteger seus filhotes. Já entre os meses de setembro e novembro, chega a vez dos machos ficarem mais ariscos por causa da procriação que acaba gerando uma disputa por territórios e pelas fêmeas.

7. Seus chifres são cortados em rituais

Quem passa por Nara ou vê fotos dos veados do local percebem que eles não têm chifres. Dá para imaginar que os cornos são cortados para evitar ferimentos aos visitantes. Mas, como estamos falando de Japão e tudo no país é ritualizado, o corte dos chifres dos cervos de Nara ocorre durante um ritual chamado Shika-no-Tsunokiri. A cerimônia existe desde 1672 e os cornos cortados vão parar num altar de um templo xintoísta local.

foto: Roberto Maxwell

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